Tristes contos manchados de opressão
O Brasil acumula muitos danos
Sucedidos no tempo e no espaço
Que marcaram à ferro cada traço
Das feridas dos golpes mais profanos.
Nossa flâmula encobre os desenganos
Escondidos na ponta do brasão,
Desse Estado sem cara de nação
Que não guarda a verdade na memória.
Meu país redigiu na própria história
Tristes contos manchados de opressão.
Mas o livro de estórias formuladas
Que na capa conduz um belo título
Reproduz sem perder nenhum capítulo
As mentiras hà muito já contadas.
As pessoas aqui são ensinadas
Por vontade ou mesmo por pressão,
A seguir nessa estrada com razão
Sem saber como foi a trajetória.
Meu país redigiu na própria história
Tristes contos manchados de opressão.
Quem defende o retorno da tortura
Não conhece o clamor d'um pau de arara
Discursando que "Ustra era o cara!"
Sem saber o que foi a ditadura.
Se a censura vinhesse como a "cura"
Gostaria de ver o gostosão,
Criticando um governo sem padrão
Pra depois ta chorando com escória.
Meu país redigiu na própria história
Tristes contos manchados de opressão.
Transcorremos metade d'um milênio
Sem romper as correntes das algemas
Ou buscar alterar os nossos lemas,
Tão danosos e duros como arsênio.
Se o poder só nos chega por biênio
Nas tramoias do circo da eleição,
Que façamos brotar na escuridão
Esperança, verdade, paz e glória.
Meu país redigiu na própria história
Tristes contos manchados de opressão.
Procuremos prover pelo resgate
As verdades que foram omitidas,
Pra tentar preparar as nossas vidas
Sem temer qualquer tipo de embate.
Sou Brasil e não tem quem me empate
De crescer me tornando uma nação,
Onde o povo se orgulhe com razão
Sem ouvir o discurso de João Dória,
Conhecendo a verdade da história
Pra saber encontrar a solução.
Robson Renato