ÀS CRIANÇAS DE ALEPPO
Crianças de Aleppo
São muitas crianças
Com fome, sem peito
Desnudas ao avesso.
Anjos emblemáticos...
Da ambição do planeta
Que gira sem rumo
Sem ouvir as " trombetas".
Estão pelo Mundo
As crianças de Aleppo!
Nas dores dum submundo,
Sem chão e sem berço.
São crianças alvejadas...
Pelas balas perdidas
De vidas negadas
Antes de concebidas!
Crianças de Aleppo
São alvos do tempo
Da balística crua
Duma Terra em tormento.
Jazem afogadas
Na praia que geme,
Boiam do mediterrâneo
Aos mares das neves.
Asfixiadas...
As crianças de Aleppo
Seguem sufocadas,
Qual as crianças dos guetos.
Sem têm começo
Logo chegam ao fim...
Cessam paralisadas
Pela arma Sarin.
Estão nas calçadas!
Da universal psicose
Em meio à fumaça
Morrem de overdoses!
Crianças de Aleppo
De tez remendada
São feridas sangrantes...
Que acampam na estrada.
Crianças de Aleppo
Estão logo ali!
E rimam com o medo
Das crianças daqui.
Crianças furtadas
À vida que passa...
Qual míssel em projeto
Que não tem mais regresso.
Produtos dos solos
Das insanidades,
Rescaldo dos ossos
Das atrocidades.
Estão pelo mundo
Em várias versões:
Circulam no sangue
Dos "sem- corações".
Estão nos palanques
Das falsas verdades
Ilustram falácias
Por todas cidades.
Crianças de Aleppo,
Em meio às corrupções
Dos mísseis "mal-feitos"
Que atingem as Nações.
Crianças que gritam
A dor em silêncio
A quem as ausculta
São verso em tormento.
Crianças da África
E do afeganistão,
São crianças de Aleppo
Uma só multidão...
As das comunidades
Dos tantos porões
Esquecidos nos breus
Das não soluções!
São as de Hiroshima
E as de Nagasaki
Dos cogumelos insanos
A dispersar pelos ares!
Crianças de Aleppo
São as de Saygon!
Do Holocausto perene
Aos "Brexits" sem coração.
São as crianças de Aleppo
As que fomos um dia
E qual toda criança
São seres fantasia.
São flores que brotam
Da Terra ceifada
Pelas ervas daninhas
Desta dura invernada.
Qual milagre que emana
Da Terra envenenada...
São todas as crianças
Que rebrotam do nada.
Às crianças de Aleppo
Deste caos moribundo!
Acelero meu peito...
Em silêncio profundo.
Que às crianças de Aleppo..
Em etérea consciência
Haja a mão que as acolhe,
A da Divina clemência...
...às tantas crianças de Aleppo.