“Questão da maioridade”
Os meninos assumindo
Sumindo
Mentindo
Os horrores da vida
Que se propagam em gemidos
Nos papéis que não vivem
E geram grande discussão
Que o problema está na chamada exclusão
E pergunto à Lei:
De onde você veio?
E de triste diz “eu não sei
Talvez foi de um imenso devaneio
De uma classe imbuída
De fascinante instrução
De papéis que não ensinaram
O horror da ilusão”
Parece que vivemos sob a égide de sombras
Formas, formatos, contornos...
Que pouco explicam os pingos vermelhos da dor
Agonia, angústia, aflição...
Onde rostos pequenos estão perdidos
E se perdem beira ao abismo
Das drogas das drogas, da violência,
Do terrorismo, da hipocrisia...
A política decodifica a verdade
Transformando em mentira
Assustando a sociedade
Que se assusta nessa pseudo-realidade
E vira escrava do medo
De longe é possível ver a situação
Bramidos de perdão
Onde se pedem ao menos educação
Mas esse “pedir” parece surdos gritos
Que não ouvem por não querer ouvir
Vivendo em um mundo bastante rude
Onde nem sequer o Estado traz saúde
É o calibre das crianças
É o tiro dos adolescentes
São os gritos de uma esperança
Que a política as faz dormentes
Enquanto soa a música lá fora
Lá foram soam ruídos
Que se silencia em eterna espera
De alguma melhoria
Na qual nem o outono, inverno ou primavera
Irão progredir a vida
Que morre lentamente
Muitos vivem ainda em fragmentos
Em ilusões
O homem cria contos de fadas e magos
Talvez ele não queira a realidade
Teme a realidade
Odeiam ver os jovens reduzidos
Seduzidos
Por alienações
Onde a magia escura
Corporifica-se em artigos obsoletos
Letras mortas assim como muitas outras
O problema não está na Lei
Está na lealdade governamental, política e até social
E o preço pela traição quem paga é o jovem
Que são reduzidos em papel
A apavorante dor de meras letras.