“Questão da maioridade”

Os meninos assumindo

Sumindo

Mentindo

Os horrores da vida

Que se propagam em gemidos

Nos papéis que não vivem

E geram grande discussão

Que o problema está na chamada exclusão

E pergunto à Lei:

De onde você veio?

E de triste diz “eu não sei

Talvez foi de um imenso devaneio

De uma classe imbuída

De fascinante instrução

De papéis que não ensinaram

O horror da ilusão”

Parece que vivemos sob a égide de sombras

Formas, formatos, contornos...

Que pouco explicam os pingos vermelhos da dor

Agonia, angústia, aflição...

Onde rostos pequenos estão perdidos

E se perdem beira ao abismo

Das drogas das drogas, da violência,

Do terrorismo, da hipocrisia...

A política decodifica a verdade

Transformando em mentira

Assustando a sociedade

Que se assusta nessa pseudo-realidade

E vira escrava do medo

De longe é possível ver a situação

Bramidos de perdão

Onde se pedem ao menos educação

Mas esse “pedir” parece surdos gritos

Que não ouvem por não querer ouvir

Vivendo em um mundo bastante rude

Onde nem sequer o Estado traz saúde

É o calibre das crianças

É o tiro dos adolescentes

São os gritos de uma esperança

Que a política as faz dormentes

Enquanto soa a música lá fora

Lá foram soam ruídos

Que se silencia em eterna espera

De alguma melhoria

Na qual nem o outono, inverno ou primavera

Irão progredir a vida

Que morre lentamente

Muitos vivem ainda em fragmentos

Em ilusões

O homem cria contos de fadas e magos

Talvez ele não queira a realidade

Teme a realidade

Odeiam ver os jovens reduzidos

Seduzidos

Por alienações

Onde a magia escura

Corporifica-se em artigos obsoletos

Letras mortas assim como muitas outras

O problema não está na Lei

Está na lealdade governamental, política e até social

E o preço pela traição quem paga é o jovem

Que são reduzidos em papel

A apavorante dor de meras letras.

Raul Lennon
Enviado por Raul Lennon em 07/08/2007
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