PATÉTICO

Patético sobe a rampa

Acompanhado da patada

Que no planalto se acampa.

Patético é um barato!

Tem a cloaca empinada

E bota Botox no bico

Não é só um partidão!

É um político rico

Bem casado com uma pata.

É um pato visionário

Que se manteve por perto

Esperando a ocasião.

Sempre num cargo honorário

A serviço da nação.

(Essa foi boa! Não?)

O que importa é que Patético

Não perde tempo, nem empata

Polido e introvertido

Anda de terno e gravata;

Político de carreira,

Apesar de milionário.

Se diz um pato do povo.

Por mais que pareça besteira

Dá tapinha nas costas

E beijinho no ovo

Do pato trabalhador.

Usa boas respostas

Pra cativar o eleitor.

Patético é um patife,

Mas um patife feliz

Teve de armar um esquife

Pra governar o país

E prometeu arrasar!

Como era de se esperar

Com a sua plataforma

Espatifou a reforma,

Congelou a educação,

Seu lema é o retrocesso,

E apesar do mau gosto,

Rima com ordem e progresso

Para o nosso desgosto.

Tal ponto chegou a patota

Que extrapolou a cota,

De longe passou da conta.

E patético nessa hora

Teve de achar uma ação

Pra se redimir da afronta

Contra a constituição.

Patético se dispôs

Num esforço descomunal

A abrir o fundo inativo

E liberar geral!

Ato muito intuitivo!

O povo em euforia

Acolhe com alegria

As migalhinhas na goela!

Em decorrência do agrado

Deixa de lado as penas.

E a resposta repetida

De engolir sapo às centenas

Torna-se simbiótica.

Refeição patológica

Que desce redondo a moela.

Um dilema de fato:

Se a gente é quem paga o pato,

Porque também vai pra panela?

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 29/03/2017
Código do texto: T5954938
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