INFÂNCIA ROUBADA
Trabalho infantil, sociedade marginalizada.
Estão nos faróis, sentem-se sós.
Pedem um pedaço de pão para a fome saciar
Noites de frio, dias de fome estão a passar.
Medo não tem da vida enfrentar
Por onde andam essas crianças
Que na escola não vão?
Estão trabalhando nas ruas,
Muitas vezes quase nuas
Tem que levar para casa
O sustento para os irmãos
A pobreza obriga-lhes a partir para as ruas
Meninas tão jovens que seu corpo doam
Por poucos centavos, infância roubada.
Gravidez precoce, vida amargurada.
Mãos cheias de calos que pedras carregam,
Em vez de escola, nos canaviais se encontram.
Marcas nos corpos tão pequeninos
Pelos lixos passam reciclagem procuram
E ali mesmo restos de alimentos encontram
Deteriorados, cheirando mal.
Mas não importam a fome querem matar
Não têm a oportunidade de uma escola freqüentar
Muito menos com seus amiguinhos brincar
Infância roubada, o tempo a passar.
Em lugar de brincar estão a trabalhar
E a sociedade o que está a fazer
Para das ruas essas crianças tirar?