A BAILARINA LOUCA

Sentiu vontade de ser lua
Linda, alta, distante.
Ficou nua.
Soltou as roupas pela janela,
E saiu pela porta, passada incerta.
E aqueles olhares esquisitos
Zombeteiros a lhe observar dançar?
Não, não estava louca:
Até pareciam hienas a gargalhar!
Que importa, aquela gente toda!
Ela sim estava ali: era uma lua nua,
Na rua a bailar.
Puxava uma tira de pano
Que faziam voos em nós pelo ar.
Ora nas curvas, ora nos peitos,
Ora no leito. O bom era dançar.
Naquele momento o céu estava lá!

 
Tânia de Oliveira
Enviado por Tânia de Oliveira em 16/03/2017
Reeditado em 17/03/2017
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