Andando entre as pedras...

Fiquei observando-as todas, enquanto entre elas caminhava

E quanto mais andava, mas claro ficava

Que elas se moviam não porque havia amor dentro delas

Moviam-se por ganância, amor não se movia nelas

As pedras me olhavam desconfiadas por eu estar naquele lugar

Andando e as observando enquanto eu estava a vagar

Eu evitava os seus olhares frios

Corações sem amor, sem compaixão, corações vazios

E quanto mais eu ali adentrava

Mais surpreso eu ficava

Porque nada tinham para transmitir além de sorrisos falsos

Sorriam à cada um que subia ao cadafalso

Cadafalso de suas estratagemas e conjecturas

Traziam em seus olhos a tristeza e suas agruras

Nada tinham para dar, somente a tirar

Enquanto caminhavam sem destino, sem saber o verbo amar

Entraram em carros de luxo, embebedados pelo seu dinheiro

E eu vi todo aquele vazio, e mais ainda fiquei sorrateiro

Me esgueirando pelas ruas para tentar entender

Tentando achar sentido para aquilo, tentando compreender

São pedras com braços, pernas e corpos que andam sem sentido

Por serem ricos são pobres por ter somente o dinheiro bandido

Que os tira o mais lindo da vida que é o amor e nobreza dos sentimentos

Tentam em vão alcançar o que há de melhor no coração, mas vai-se tudo aos ventos

E compreendi então que a riqueza é boa somente quando compartilhada

Com aquele que chamamos de irmão em nossa jornada

Daí sim podemos ter de todo o luxo que pudermos e até esbanjar

Contanto que nunca esqueçamos do mais lindo verbo: o verbo AMAR!

Paulo Eduardo Cardoso Pereira
Enviado por Paulo Eduardo Cardoso Pereira em 15/03/2017
Reeditado em 19/03/2017
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