CASTRO ALVES, O POETA CONDOR

O Chicote queima a pele

Em sofrimento e grán dor

E o poeta assiste tudo

Com lágrimas e dissabor

Recitando poesias

Com versos do Condor.

Negro, em tronco preso

Ai que sina, que pavor

É gente, grande guerreiro

Que de seu destino não é senhor

E ali escravizado

Ouvia o lamento do Condor.

O Condor é Castro Alves,

Um negro que poeta se tornou.

Cresceu idealizando

Um mundo sem horror

E em suas poesias

Fez-se paz e protetor.

Abolicionista por opção

Tinha uma profunda tristeza,

Mas guardava no coração

Uma grande certeza

De ver aqueles negros livres

Cantando com singeleza.

Defendeu sem temer

Com eloquência e ardor.

Sofreu, chorou em prantos,

Seu cruel dissabor

O poeta dos escravos,

O grande poeta Condor.

Fortaleza – CE, 13 – 04 – 2014

ROGÉRIO RAMOS
Enviado por ROGÉRIO RAMOS em 02/03/2017
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