CASTRO ALVES, O POETA CONDOR
O Chicote queima a pele
Em sofrimento e grán dor
E o poeta assiste tudo
Com lágrimas e dissabor
Recitando poesias
Com versos do Condor.
Negro, em tronco preso
Ai que sina, que pavor
É gente, grande guerreiro
Que de seu destino não é senhor
E ali escravizado
Ouvia o lamento do Condor.
O Condor é Castro Alves,
Um negro que poeta se tornou.
Cresceu idealizando
Um mundo sem horror
E em suas poesias
Fez-se paz e protetor.
Abolicionista por opção
Tinha uma profunda tristeza,
Mas guardava no coração
Uma grande certeza
De ver aqueles negros livres
Cantando com singeleza.
Defendeu sem temer
Com eloquência e ardor.
Sofreu, chorou em prantos,
Seu cruel dissabor
O poeta dos escravos,
O grande poeta Condor.
Fortaleza – CE, 13 – 04 – 2014