Serpenteando, eu?
Esta bela serpente que serpenteando vive;
Adentrando matas, morros, colinas e pastagens,
Não pode ser aquela mesma da palestra que tive;
Que vil, tirou de nós da mais perfeita linhagem.
Vendo esta serpente que serpenteando vive;
Que traz alimento, mata a sede, refresca o ar;
Sendo tão pisoteada, destruída não me contive,
Será que não foi ela a seduzida logo ao despertar?
Para cima dela jogam todo seu lixo e seu vício;
Contaminando as águas por qualquer capricho;
Criou outro mundo carregado do eterno artifício.
Inventou rios sem curvas nem peixes, muito micho.
Querendo ser Deus, não consegue ser nem homem;
Toda beleza que recebe gratuita, destrói,e consome .