A dura realidade da subvivência da plebe

Na mais profunda escuridão da noite mais escura

A mesma que dá à luz ao alvorecer

Na alvorada que cobre a noite e traz o amanhecer

Dissipando a névoa e as sombras das trevas

Flagro-me já desperto

Com os olhos cerrados, sem ver

Ou entreabertos, sem querer ver

Ou vendo sem crer

Que o dia já desponta

E a luz do sol já as sombras da noite afugenteu

Sim, é já o amanhecer

Para uns amanheceu

O sol que ontem desceu,

Que consigo trouxe as trevas, afinal não morreu!

Eis que renasceu

Se morto, reviveu

Sobre o miserável já irradia, mas do abastado se esqueceu

Sim, se esqueceu

Já de pé rumo à labuta

Enquanto ainda há quem desfruta

Da maciez e da suavidade do seu leito

Caminha o plebeu, com um largo ronco no ventre

Que o atormenta, a ele, e também a quem o escuta

E assim passa os seus dias o plebeu

Ou não será que vê os seus dias passarem?

Num teatro, num faz de conta

Com um esquelético salário que não paga as contas

Sim, faz ele de conta,

Faz o plebeu de conta que vive, mas sobrevive

Ou não viverá uma subvida

E por isso subvive?

Valério Maúnde
Enviado por Valério Maúnde em 26/01/2017
Reeditado em 27/01/2017
Código do texto: T5893168
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