Contraste
Coroa acrecida de lodo,
grosso modo do tolo.
Furtiva raiz das dependências,
independe.
A teoria é muda.
A orgia é surda.
O vocábulo é tosco.
A negligência é viva.
Coroa rica na cabeça dos generaís,
prostituta dos valores capitais.
Caramba! Um menino é cliente do acaso!
O hábito habita nos rumores extravagantes
de que o mundo precisa de reis,
de que precisa de leis.
Coroa moderna é uma cédula de cem pilas,
cobre incentivo,
sem filas,
sobre o vasto tapete estendido.
A canção revoa revolta
nas ondas das estações.
E o paraiso é o musgo, é o lodo,
rato com máscara de homem,
homem nos dejetos,
morada gratuita e rica.
Quem é o rato?
O da máscara,
ou o da morada?