Contraste

Coroa acrecida de lodo,

grosso modo do tolo.

Furtiva raiz das dependências,

independe.

A teoria é muda.

A orgia é surda.

O vocábulo é tosco.

A negligência é viva.

Coroa rica na cabeça dos generaís,

prostituta dos valores capitais.

Caramba! Um menino é cliente do acaso!

O hábito habita nos rumores extravagantes

de que o mundo precisa de reis,

de que precisa de leis.

Coroa moderna é uma cédula de cem pilas,

cobre incentivo,

sem filas,

sobre o vasto tapete estendido.

A canção revoa revolta

nas ondas das estações.

E o paraiso é o musgo, é o lodo,

rato com máscara de homem,

homem nos dejetos,

morada gratuita e rica.

Quem é o rato?

O da máscara,

ou o da morada?

Márcio Ahimsa
Enviado por Márcio Ahimsa em 01/08/2007
Reeditado em 13/08/2007
Código do texto: T588703