O Beijo Doce Que Não Quis Beijar
Eu vi um homem sentado, sangrando
A morte apareceu pra mim!
Ela estava tão bem vestida,
Assobiava uma linda canção!
O homem então desfalecia
Pela canção no assobiar
E eu não tinha nenhuma sombra de dúvida
Daquela sombra se aproximar
O sangue que tanto escorria
Alimenta os fungos e larvas!
Havia uma promessa que tudo bem ficaria!
A morte inventada mais uma desculpa
Por que então ela estava ali?
Quando ouvi o som de uma ambulância
Vi que o socorro não demorou a chegar
E de repente tudo escurecia
Eu vi que ele acenava pra mim!
Alguém falou: -ele foi vítima de assaltantes
Que lhe agrediram sem nem um porquê!
A morte persistia, permanecia a
Acompanhar o resto de horas
Nas horas vagas ela quer se aproximar
Ela faz isso em sua rotina
Mas só que o homem parou de sangrar
Assim cessou o seu doce assobio
O homem então teve que acompanhar,
Dançou também a dança macabra
Com um sorriso tão descontente por
Um beijo doce que não quis beijar!
O homem, eu nem conhecia,
Mas aquilo tudo me comoveu!
Pensei então no meio daquela agonia:
Como foi ele poderia ser eu!
Fotos e vídeos, notícias e reportagens
Relatam o fato que ocorreu
E alguém posta no Whatsapp
As cenas fortes na hora do assalto
O homem disperso foi surpreendido
Por meliantes covardes e armados
Que não deram chance dele se defender
Sacando as armas, anunciaram o assalto!
Ele, trêmulo, estático ficou
A sua inércia o condenava
Um soco forte ele tomou!
Logo depois vieram os disparos!
Ele gritava, urrava de dor
A morte então se alegrava
Com a tragédia que aconteceu
Neste momento todos pra cima corriam
Ninguém pensou em o socorrer!
Era uma vida que se esvaziava
Seu sangue secou no asfalto quente
E seu pertence desapareceu
Seus entes queridos apareciam
E seus amigos perguntavam “por quê?”
Eu não entendo tanta covardia?
Como foi ele poderia ser eu!
Carlos Atelson, 16/012017