REALIDADE OFEGANTE
Aprisionado na cela cotidiana do sistema,
Minha essência questiona a falsa liberdade
A me oferecida, pois nela não vejo felicidade,
Vejo somente a ilusão que nos corações cimenta.
Meu ser se angustia com o despertador,
Limitando o sono e os sonhos atenuantes,
Impondo-me uma realidade dura e ofegante,
Torturando as flores do meu existir e abstraindo o amor.
Vejo um mundo mecanicamente condicionado,
Materializado com frases feitas para o consumo,
Empurrando insanamente o planeta para um vale imundo
E enganando os seres, para não se verem como escravos.
Homens enganados por uma evolução abstrata,
Iluminados ao avesso em uma estrada escura
Por um brilho opaco de uma existência obscura,
Que os fazem vagar pela vida admirando o nada.