O HOMEM E A CRIANÇA
O homem esconde seus atos
Nas esquinas do mar revolto.
Será um dragão ou ciborgue?
Talvez apenas um bicho solto.
Criança sem teto de um arquiteto,
Nenhum carrinho, nenhum carinho.
A rua é o abrigo descampado,
Na multidão ele se encontra sozinho.
O Natal é festa de excessos,
Exageros de toda ordem.
Jesus foi trocado por Papai Noel;
E os cães não latem, mas eles mordem.
Se meu filho tem, tá tudo bem!
O filho do outro não me interessa;
Vou deixar para a próxima reencarnação...
Não estou com fome, não tenho pressa.
É fim de ano, fim de mês, fim de vida.
Out-doors que ostentam o poder da compra.
Carros de luxo no meio de tanto lixo
É a desigualdade que desponta... e desaponta!
A arte é arte de ofício bélico
Que atira para qualquer canto.
Quem quer vender, quem quer comprar?
Será que alguém vai enxugar meu pranto?
A sensação notifica a insensatez,
O escarninho se esconde nos escaninhos da alma.
O herói anônimo se identifica:
É candidato a ostentar a palma.
Fazem de conta que tudo irá mudar.
Alguém, por favor, me estenda a mão!
Me leve para qualquer parte, me tire desse lugar,
O homem máquina é o Metalder sem coração...
Chamam-me de trombadinha, de marginal,
Dão-me de tudo o que eu nunca quis.
Aguardo por sua ajuda, oh homem grande,
Na esperança de um dia poder ser feliz.