Poema da Resistência
Rasga o véu e o céu é infinito
veste a lua, da dor e do pranto
descortina a noite do breu interdito
resta aos olhos a surpresa e o encanto.
Despe a dor do peito em prantos (tantos)
rasga a pele e a carne é crua
brilha os olhos do prata desnudado
nua é a rua das verdades desveladas.
Negra é a cor que segreda a lua
e as vestes do corpo nu (ébano)
que se veste de silêncios calados
negra é a cor que silencia a chibata
negros são os olhos dos sonhos roubados.
Com os punhos sempre cerrados
a resistência é mote da realeza
a negra (o) lua persiste resiliente
enquanto a noite dá sinais de fraqueza.