FIM DE UM POETA

Escrever. Escrever e morrer, quem sabe!

O último suspiro de vida suspirar,

Caminhar, depois, o espírito errante pelo vale,

E no desconhecido caminho lamentar.

Lamentar os desdouros dessa vida ingrata,

Murmurar palavras de quando inda vivo,

Espantar os demônios que jazem na mata,

Esses desgraçados com os quais convivo.

Mas é só um devaneio de um louco poeta.

Serão os poetas todos maníacos assim?

São os oblíquos (já ouvi dizer) sem utilidade.

Escrever, ah!E morrer com a boca aberta,

Em agonizante ânsia, e expurgar, no fim,

O vômito cheio das injustiças da sociedade.

Daniel Pereira S
Enviado por Daniel Pereira S em 20/11/2016
Código do texto: T5829722
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