Por quem as panelas plangem?
Estou surdo? Não ouço mais panelas!
Não ouço a multidão gritar, em coro,
palavras de incentivo à Sergio Moro
na voz das bocas verde-amarelas!
Estou cego? Não vejo mais o choro
e a sanha estampada na feição,
do mais indignado cidadão,
por conta do pudor ou do decoro.
Estou triste! Não sei qual a razão!
Mas sei que é preciso dizer não
à máscara vulgar da hipocrisia.
Como não fui às ruas, só me resta
entender finalmente a que se presta
a panela, que ainda está vazia:
ao discurso febril da burguesia,
ou ao lixo usual de fim de festa!
Estou surdo? Não ouço mais panelas!
Não ouço a multidão gritar, em coro,
palavras de incentivo à Sergio Moro
na voz das bocas verde-amarelas!
Estou cego? Não vejo mais o choro
e a sanha estampada na feição,
do mais indignado cidadão,
por conta do pudor ou do decoro.
Estou triste! Não sei qual a razão!
Mas sei que é preciso dizer não
à máscara vulgar da hipocrisia.
Como não fui às ruas, só me resta
entender finalmente a que se presta
a panela, que ainda está vazia:
ao discurso febril da burguesia,
ou ao lixo usual de fim de festa!