CORDEL DA ÉTICA
(Poesia classificado em 3º lugar no III Concurso Literário Internacional Justiça e Igualdade Social Edição 2016):
Certa vez eu tive um sonho.
Me espantei de tão real:
As coisas aqui na Terra
Estavam muito mudadas.
As pessoas, transformadas,
Tinham paz e se ajudavam.
Casas lindas com quintais
Roupas claras nos varais
Gramado a perder de vista
Inspiração pros artistas.
Muitas árvores e flores
Nada triste ou desamores.
Não havia poluição.
O céu era azul e claro
O solo sem agrotóxicos
A água tão cristalina
Abundante para todos
Corria em rios piscosos.
O céu tão limpo de dia
Tão estrelado nas noites
Estrelas azuis, vermelhas,
Amarelas, cintilantes
Inspiravam os poetas
Que das noites são amantes.
A vida urbana era boa
Com moradia pra todos.
Doenças graves não havia
Sem tratamento coerente.
As ruas sem indigentes
As crianças nas escolas.
Os idosos bem tratados
Cuidados pelos parentes.
Motoristas respeitosos
Dirigiam com cuidado,
Sabiam que a vida humana
É um bem a ser conservado.
Lixo nas ruas não havia
Nem sofá n’água dos rios,
Que tinham peixes nadando
Com oxigênio à vontade
E com muita liberdade
Pra seguirem procriando.
Nas matas, ainda nativas
Não foram feitas pastagens
Pra colocar animais.
E os igarapés tão limpos
Onde viviam espécies
Que aqui não existem mais.
Economizava-se água
E também a energia
Sabia-se que a hidrelétrica
Destrói o local em volta.
Para fazer a represa
Seca rios e extingue espécies.
Consumidores conscientes
Só compravam o necessário.
Não existia usurário
Explorando os mais incautos.
As reservas do planeta
Não mais eram bens escassos.
O lema era reduzir
E depois reutilizar
O que ainda era útil.
O resto era reciclado,
E usando a imaginação
Faziam o seu ganha-pão.
Era tudo um sonho, eu sei
Coisas fora da razão
Parece tudo utopia
Mas poderia não ser
E a solução seria
Ética no dia a dia.