Cabresto

Solidão de estimação em esquinas de reis.

Estimação no colo de bandidos e marginais presidenciáveis.

Fora!

Mas quem, Brasil?

Todos os joelhos dobrados ante deuses de papel,

bocas entreabertas de medo e de fome,

tetas ressecadas pela estética do desemprego,

TE DEUM em prostíbulos de mármore.

Se o penhor dessa igualdade...

Quanto espanto, dona Maria?!

Translação nas pálpebras de quem remanesce.

Transação esperta em cidades maravilhosas.

Pão, circo e TV.

Cabresto.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 06/11/2016
Código do texto: T5815038
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