Chuva que chove tanto
Molha a terra, inunda o canto
Sufoca o berro, o grito, o riso
Chuva que chove tanto
Tanto que chove que me cala
Me emudece e deixa triste
Chuva que chove tanto
Que podia regar, fazer crescer
Também mata, maltrata
Me deixa em pranto
Chuva que chove tanto
Chove, chora, pranteia
Me faz espanto
Chuva que chove tanto
Molha as mentes, rega os olhos
Faz lágrimas choverem também
Querendo os filhos de volta
Chuva que chove tanto
Apaga, enxuga, meu pranto
Me dá plantações
No lugar de inundações
Faz meu povo crescer
Ao invés de matar e morrer
Oh, chuva que chove tanto
Leva minha tristeza pra longe
Enche o mar e os rios com meu chorar
Derruba minha fome
Não come minha plantação
Não quebra minha casinha
Não mata minha cachorrinha
Oh chuva que chove tanto
Por que não lava a mente suja
De quem não cuida do meu país?
Lava, varre, enxagua e apaga
Toda a injustiça que me sufoca
Oh chuva que chove tanto
Vamos fazer um trato
Chove onde precisa
E deixa meu povo seguir
Feliz, contente, pra onde quiser.
Em homenagem ao povo de Moçambique vítima das cheias do Chibuto
Versión en español con ayuda de Alejandro Rodelo Caro:
Lluvia que llueve tanto
moja la tierra, inunda la esquina
sofoca el grito, la risa.
Lluvia que llueve tanto
tanto que llueve, que me silencia ,
me pone triste.
Lluvia que llueve tanto
¿quién podría: regar, crecer?
si también matas, maltratas
me haces llorar.
Lluvia que llueve tanto
moja las mentes, riega los ojos.
Haz llover lágrimas
queriendo que los niños vuelvan.
Lluvia que llueve tanto
Borra, limpia, mis lágrimas
Dame cosechas; en lugar de inundaciones
Haz crecer a mi gente
En lugar de matar.
Oh, lluvia que llueve tanto
Quita mi tristeza
Llena el mar y los ríos con mi llanto
Apaga mi hambre
No comas mi plantación
No rompas mi casita
No mates a mi cachorro.
¡Oh lluvia que llueve mucho!
Vamos a hacer un contrato
Llueve donde lo necesites
Y dejame ir con mi gente
Feliz, contento, donde quieras.
En honor a la gente de Mozambique que son víctimas de las inundaciones del Rio Chibuto