VIDA LOKA

Pouco me importa a denominação,
quebrada, comunidade, favela,
aqui é periferia mano! desassistida, esquecida,
sangrando todos os dias, não esperneando na dor,
a unica mão estendida vem fechada,
vem de uma sociedade preconceituosa, exclusivista,
que bate, esculacha, explora, intimida, dando porradas,
Mesmo na vida loka, periferia tem seu valor,
sentimento nas veias, tem brother trabalhador,
auto respeito, dignidade e coragem,
tem sangue bom no pedaço,
brigando por um espaço,
o bonde aqui não fede,
como deduz a grã-finagem,
favelado não é violento
a briga é pra sobreviver
dizendo não a miséria
driblando a humilhação
saindo fora das tretas
repudiando a enganação
dos políticos picaretas
xavecando na eleição.
Não vive quem se sujeita,
quem faz por obrigação,
sou favelado sim senhor,
dividido entre dois brasis
labutando no Brasil de cima
morando no Brasil de baixo
dignidade não tem preço
periferia não é capacho.