As lavedeiras
Acordaram cedinho antes que o sol, as mulheres, e já estão na estrada.
Algumas vêm da rua da palha,
rua velha esburacada e cheia de poeira.
Outras vêm da rua grande, a rua grande como o nome diz,
É a maior rua da cidade,
Ela começa no campo de futebol e termina
logo após o cemitério.
As lavadeiras se encontram na rua da travessa,
trazem sobre a cabeça, cada uma, uma trouxa de roupas sujas,
que ao logo do dia ficarão limpinhas e bem cheirosas!
É um trabalho árduo!
Cada uma delas tem uma estória a contar.
Com os seus causos e risos!
As mulheres lavadeiras quebram o silêncio da madrugada.
E assim, vão descendo a ladeira da serra,
Felizes e alegres!
O sol não as ouve, pois ainda dorme tranquilo.
As estrelas sim, essas ficaram acordadas a noite toda.
E antes que o sol se levante,
elas, as estrelas, continuam acesas lá no alto...
Enfeitando o caminho das mulheres lavadeiras.
Algumas têm somente as estrelas á embelezar os seus dias,
Outras ainda carregam o verde sobre os olhos,
Aquela cor que é a última a morrer!
Por isso, essa alegria sobre tons cinza, poeiras e cactos!
E logo mais, quando o sol resolver levantar- se
e solver as gotículas de orvalho que repousam serenas
sobre as poucas folhas que teimam a agarrarem-se
nas parcas árvores ainda verdes.
Haverá um lindo e maravilhoso céu azul!
E no pé da serra, a lagoa.
Eh! Lavadeiras.