CRÔNICA DA ALIENAÇÃO POÉTICA NOSSA DE CADA DIA

Aperto o play, conecto meu dia na mesma rede social.

Hora do lanche matinal: o café, os ovos, o pão e o jornal.

Um dia reduzo no açúcar, outro dia diminuo no sal.

O muro de Berlim caiu de novo, o ator Global mudou pra Paris, o salário está no mesmo local.

O noticiário fala da bolsa, da política e do temporal.

O corrupto é inocente, a delação é premiada, a corrupção é o único mal.

Tudo sempre tão desigual.

O dia passa rasgado, algo fora do normal.

As peças são encaixadas num processo sequencial,

Controle maquinal sempre tão pontual.

O barulho dos carros, o trânsito infernal,

A passagem do ônibus mais cara, o aumento abusivo, ilegal.

Tudo sempre tão antiético, imoral.

O pobre, o rico, a injustiça social...

O negro, o branco, a diferença racial...

O menor infrator é destaque na página policial.

Cris Sozza
Enviado por Cris Sozza em 03/10/2016
Código do texto: T5779986
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