Não deixaremos
Que as nossas terras
Sejam tomadas
Que as nossas colheitas
Sejam por outras mãos ceifadas
Preferimos deitar-lhes fogo
Do que ver as nossas terras dominadas
Não deixaremos
Que outras bandeiras
Que não as nossas
O nosso céu possam ocupar
Porque quando ele vier
Serão as nossas cores
Que o vento irá abraçar
Não deixaremos
Que nos dominem
Quer pela palavra
Quer pela arma
Não iremos
Permitir que o medo
Tome conta da nossa alma
Não deixaremos
Que nos tirem a palavra
Ou que a possam enxovalhar
Pois nós que nada temos
Usá-la-emos como arma
Sempre que nos quiserem silenciados
Não porque ela seja ruído
Mas apenas porque ela incomoda
Quem tudo quer dominar
E assim falaremos
Sempre que nos mandarem calar