O que é ilegítimo e legitima a dor

Diariamente golpe atrás de golpe,

é como galope de trem desgovernado.

Trem não galopa, é verbo mal conjugado,

tão falso quanto votação do senado.

Analfabeto degenerado, é exorcizado!

por quem clama o letrado, novo santificado.

Crê em deus pai, todo oneroso!

com os donos do pato será generoso.

Trabalhe mais um pouco, não pense!

Enquanto ele retira direitos de seu povo.

Deus são as relações pessoais e sociais.

Doravante todo o resto é subjetividade.

Van filosofia historicizada com pólvora e fagulha.

Meu peito que ainda sente sede de gasolina.

Meus olhos translúcidos que já não enxergam

qualquer forma de lucidez.

O comércio de almas alça suas portas.

Não é nossa sorte contar com teórico aporte.

O mercado de carnes lucra com vidas

e regozija ao ver corpos e mentes cativas.

São os poetas que convivem com cheiro de enxofre,

e sentem na pele as dores, os capazes de sonhar

com o futuro perfumado pelas flores.

Vitor Reis
Enviado por Vitor Reis em 22/09/2016
Código do texto: T5769534
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