NO BRASIL É ASSIM
Como menestrel irônico
Eu faço meu comentário
Deste país imbecil
Que se julga autoritário
Sem nenhuma autoridade
Pra combater na verdade
O regime refratário
Como beletrista puro
Quero cantar meu país
Falar com sinceridade
Dos seus problemas viris
Este país do deboche
Que sempre virou fantoche
Nas mãos dos chefes hostis
Neste país sem moral
Quem presta não tem valor
Pois somente a molecagem
Ganha respeito e penhor
O cidadão verdadeiro
Vive como forasteiro
Por defender seu pudor
Neste país sem lisura
Não tem vez o cidadão
Somente o tosco bandido
Ganha o nome de barão
O cidadão genuíno
Vive como peregrino
A busca do próprio pão
Sou brasileiro da gema
Mas me sinto envergonhado
Em ser filho de um país
Que nunca foi delicado
Um país autoritário
Que condena o proletário
A viver escravizado
Como poeta do povo
Cantei com muita lisura
A falta de humanidade
Deste país sem cultura
Que não respeita ninguém
E transforma em Zé Ninguém
A mais nobre criatura
Como poeta virente
Eu não posso me calar
Diante tanta miséria
Neste país popular
Que só propaga riqueza
Enquanto a nossa pobreza
Não tem como respirar
Finalizo meu poema
Com muita simplicidade
Criticando de um país
Que não tem humanidade
Embora queira ser nobre
Mas obriga o povo pobre
Viver da calamidade