CRIANÇAS PERDIDAS
Refletindo o peregrinar do ser humano pela história,
Vejo quão triste e contraditória é a conduta desse ser.
Sempre preocupado com sua glória e em mais poder,
Caminha perdido, se tornando triste e suja escória.
De tragédia em tragédia colecionou-se guerras,
Poderosos inescrupulosos firmaram suas alianças
E não se importaram com o preço, a morte de crianças,
Destruídas na Alemanha, no Japão... com seus rostinhos em terra.
No Vietnam tentaram em vão fugir dos bombardeios,
Por tristes estradas choraram a dor causada pelas napalms,
Clamando por um justiceiro, um herói que as salvassem,
E no meio da floresta asiática uma mãe chorou com o filho no peito.
Crianças perderam a infância na pobre América Latina.
Outras, não brincam mais nas areias do Oriente Médio,
Desoladas caminham pelas ruínas de alguns prédios,
Ou mortas em alguma praia tiveram interrompidas suas sinas.
Que chegue o dia em que os homens de fato abram seus corações.
O dia em que cercas e fronteiras não tenham nenhum valor,
Desvalorizando o poder e exaltando a solidariedade e amor.
O dia em que sintam vergonha de alguma artimanha feita em porões.