FOLHAS SECAS
E há as folhas secas espalhadas no caminho...
causando os ruídos que sempre ficarão sob
nossos pés implacáveis.
Mas não ouço as vozes coerentes promovendo
a ressurreição do Homem em si mesmo.
Apenas hipocrisias em idiossincrasias plagiadas
dos “ninguéns” que nos comandam a séculos! ...
Quem falou não se sabe, mas somos repetidores
cruéis de biografias inúteis, de discursos falsários.
A boa nova espera a fresta propícia para sua
sementeira, quem haverá de se abrir para a seara
da coragem?!
Nos corredores das malícias somos abordados por
lapelas reluzentes...
Quem haverá de negar-se aos vendilhões dos templos?!
O silêncio impera ante os algozes que empunham o
machado da injustiça.
Quem haverá de levantar- se contra a desonra
da morte em vida?
Pois que acordemos porquanto todos os profetas
passaram! ...
Por quanto tempo esperaremos pelos salvadores
da Pátria?
A ponte que nos liga é a do divino, no entretanto,
nossas mãos não se unem, nossas vozes não mais
cantam as flores...
Panelas vazias regem o concerto das iniquidades,
quem haverá de fazê-las sonantes?
As luzes piscam apagando-se em desesperança
e o trem da vida corre por trilhos que darão a
lugar algum! ...
Vejo postes ficando para trás na inércia
movimentada dos transeuntes...
Quem haverá de ficar, permanecer para
testemunhar a grande transformação? ...