BAILARINA GALVANIZADA
É noite,
e lá vem a bailarina.
Toda graça, toda prosa,
ensaiando ser menina.
Cá está a bailarina.
Sob as luzes da ribalta,
brilha mais que purpurina.
Lá vai a bailarina.
Morta viva, viva morta,
com a dor que desatina.
Dorme agora a bailarina,
entre pedaços de sonhos,
cacos da sua sina.
Cedo, desperta a bailarina.
Veste roupa de operário,
pega o trem na outra esquina.