Quarto Branco

Eu pinto seus medos nesse quarto branco

O riso insano de sua ira destruída

Sua alma calejada, gritando por socorro

Eu mudo a cor da dor e ela não é mais morta como o cinza

Seu tom desafinado ecoa triste

Lamentos de um coração perturbado

Uma existência reprimida, sem voz

Afogo quem roubou tua luz, teu amor próprio

Que linda é a tua cor

Tuas curvas tão estranhas para a vista costurada

Que impõem medo a essa sociedade desgraçada

Manipulada, endeusando esse quarto branco

Branco lindo é teu sorriso

Pétala de margarida nesse vasto jardim

Da lágrima sem cor o pranto doído

De quem luta todos os dias, apenas para existir.