Rampa

Olhos preconceituosos!

Discriminsdores!

Não sou quem pensam.

Já tive casa e família.

Já trabalhei e fui diligente.

Estou na rua, mas, da rua não sou.

Apenas mergulhei na onda da burguesia

E deixei-me levar.

Onda desgovernada que me afastava da vida

Levando consigo todos os meus pertences

Lançando-me à margem do meu mundo.

Acordei-me noutro!

Que outrora criticáva-o.

Discriminava-o.

Dizia ser seus habitantes:

Marginais! Vagabundos!

E agora? Ah!Ah!Ah! Também sou uma.

Discrimanada e esquecida

Por esse povo entorpecido, como outrora fui...

Sim, vocês! mergulhados nesse mar,

Mas que ainda não sentiram as seqüelas

Dos seus (próprios) erros.