VERSOS DE UM NEGRO

© Mauro José da Silva (Moçambique)

Do sexo

nasci eu.

E com o complexo

de inferioridade.

Assassinaram a minha

felicidade.

Pareço ser doente,

um ser delinquente.

Apenas pela raça,

que uns julgam desgraça.

Sou negro,

o preto.

Onde não há beleza por se

comparar.

E nem riqueza por se narrar.

Porém, valho como o alcatrão

e

o carvão.

E sou como a noite selvagem,

sou perigoso para qualquer

patrão.

Talvez valia mais na

escravidão,

talvez valia mais outrora,

talvez, é o que penso agora.

©Águia do Verso (Moçambique)

Adilson Sozinho
Enviado por Adilson Sozinho em 09/07/2016
Código do texto: T5692092
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