Presunção de legitimidade

Fumaça de ordem

e gargalhadas de progresso

estampados em bandeiras.

Vida encolhida em jornais,

pão que o homem amassou,

diabos e catequeses na central do Brasil.

Quem cantará por ti?

Quem escreverá?

Quem morrerá de amores,

senão por tuas tetas e bundas?!

A vida tropeça cá nos trópicos.

Ray Ban.

X-ray.

Reis mancos e pedintes.

De graça!

Desgraça.

Fumaça na cuca e sobre tampos de mármore.

Cadáveres presumidos na legislação de cachaça.

Carne e osso.

Escrituras de escárnio...

Vacas magras, José,

que o fumo é sempre nosso.

Putas abastadas, diletos senhores,

pois as esposas andam viúvas.

Sem nada a declarar.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 06/07/2016
Código do texto: T5689223
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