Engano ...

Teu rosto parte

antes que eu chore e te implore

que a solidão

sopre e me abarque e me devore

Por que o alarde

que me arde e me devora?

O que eu faço desse sentimento agora?

É vaidade

todo o alívio que eu encontro

Ao ter com as ondas que sussuram pela tarde

Por trás das sombras da cidade

eu me escondo

Do sentimento que teimoso me invade

Dentro de mim sou tanta gente

e gente alheia

Eu rezo um terço pra sentir-se perdoado

Amedrontado

cavo fundo nesta areia

Há um tesouro

onde mora meu passado.

Toda cegueira é tudo

e o mundo por inteiro

A vida inteira escoando e mesmo assim

Tudo enfim

na vida é certo e passageiro

Minto ao mundo quando minto para mim primeiro.