Bandido é bandido

Para todo lado que eu olho vejo bandido

Alguns mal-encarados e outros, bem vestidos

Uns na periferia buscando sobrevivência

Outros apelando pela presidência

Mendigo na rua pede esmola

Enquanto o filho está com fome e sem escola

O rico olha essa situação e recrimina

Acha que é bandido ou viciado em cocaína

O rico passa com seu carro e fecha o vidro

Não quer enxergar, olhar, ouvir o seu instinto

Por pior que seja o ser humano existe um coração

Mas prefere alimentar a raiva e não ajudar o irmão

Irmão necessitado que está na miséria

Implora seu olhar, sua atenção por uma moeda

Mas o rico ainda acha melhor ignorar

Com milhões no banco acha que por isso nunca vai passar

O mundo gira e a vida é incerta

Olha que mundo cruel, o rico foi parar na miséria

Debaixo da ponte com seus dois filhos

Agora faz de tudo para alimentar os seus meninos

E se lembra de quando por um mendigo ele passou

Que fechou o vidro do seu carro importado e acelerou

Agora ele está do outro lado pedindo atenção

Antes ele tinha tudo e agora implora por um pão

Cansado de ser rejeitado, o negócio é roubar

Tem uma desculpa pois precisa se sustentar

Antes era rico por pilantragem e se favorecia

Agora na miséria o mau caráter predomina

Quando rico, ninguém sabia das suas mutretas

Hoje ninguém sabe o que tem debaixo da sua camiseta

E no parque ele se aproxima de duas senhoras

Manda passar tudo e apresenta a pistola

As senhoras assustadas entregam tudo o que tem

Ele está feliz, tem duas notas de cem

Fugiu, correu, crime perfeito

Voltou para a ponte um pouco satisfeito

E agora sem dinheiro continua a roubar

O objetivo é outro precisa se alimentar

Antes roubava por pura ostentação,

Manter joias, carros, mulheres e mansão

Agora do outro lado não tem nada a perder

Vai roubando, matando, tentando sobreviver

Ele não foi vítima da sociedade

Sendo rico ou pobre, roubar sempre foi sua arte.