Evolução
passa roda no asfalto quente, morre gato no arauto rente
morre bicha à parada espancada, morre bicha apagada na sacada
sauda a família sublime retrato, o homem pleno perfeito
deitado na cama pérfida gozada na vergonha do motel luxurioso à amante
escarra racismo velado de sorriso na testa do negro
despreza com olhar fantasiado de sorriso, pobre de aeroporto
seus similares verde e amarelo transcritos de ódio esgoelam palavras de ódio
se camuflam na rede de falsos cristos chucros perturbados deturpantes
apanha mulher violada no metro estuprada ejaculada aliciada emponderada
apanha,
morre no oposto do iate os desimportantes lacerados pela fome
a baba cuspida na gargalhada daqueles matam a sede destes
gargalhada de deboche desprezo e escarnio à essa nação
multidões apodrecem avenidas batendo panela, sequela , balela
na ruela tênis nike nariz ereto esmaga remendada oprimida chinela
dão golpe mata dragão na constituição e tiro rasga coração no sofrido cristão
por outro lado há resistência, ha força, há na vida tesão
a mulher aliciada emponderada resiste, com sua saia e sua voz
o negro cercado diminuído por prédio e carro resiste com sua faculdade progresso
a bicha desprezada recriminada resiste, com seu beijo, sua imposição
há resistência, há força
há vida, há evolução
não vai passar involução
não vai passar maldição