Profilaxia
Ainda seremos um país um dia,
Somos, sei, mas, digo, decente;
Sem ondas derrubando ciclovia,
pedaladas derrubando presidente...
A vontade soberana, da maioria
Voltará ao controle, novamente;
E a corrupção básica de cada dia,
Há de aparecer esporadicamente...
O dever cumprido sem pirotecnia,
Afinal, quem paga isso é a gente;
Decência assinará nossa alforria,
grilhões buscarão cada insolente...
Fortunas que o circo se apropria,
Terão uso sóbrio, muito diferente;
Infraestrutura, saúde, tecnologia,
Invés de Copa, Olimpíada, gente...
Sei, tal ventura muito se distancia,
Ainda é “golpista” quem a intente;
Não passou o efeito da anestesia,
visando torpor sem curar o doente...
Se tivessem feito a devida cirurgia,
Seu Brasil andaria lépido, contente;
os maus médicos fazem só gritaria,
quando silencio convém ao doente...
Iniciamos nessa geração, profilaxia,
Pra prevenir o que vem pela frente;
não será mais pretexto democracia,
pra aval de corrupto, incompetente...