A condição da condução
Um ônibus vazio de espaço,
Cheio de pensamentos distantes.
Mãos presas a barra de aço,
Corpos cansados, calados e dançantes.
Dançam todos um mesmo requebrado,
Embalados pelas freadas constantes.
Corpos todos super lotados,
Dum cotidiano maçante.
Os pés disputam um pedaço
Do chão que nem mais se vê.
De olhos tristes a este compasso,
As janelas correm sem se ater.
A mesma paisagem, o mesmo espaço,
A mesma labuta, o mesmo viver.