Pelo mundo perambulam milhares  desabrigados
sem casa,
sem lar,
sem afeto,
sem tetos.

Pelo mundo perambulam milhares de esfomeados
sem restos.

Perambulam pelo mundo centenas de afortunados
que sustentam os seus luxos com sangue dos desgraçados.

E o mundo perambula indo em rota orbital
orbitando em seus ombros tanta coisa desigual
fecha o ciclo e recomeça seu caminho helicoidal.
Não estou culpando ao mundo por abrigar este caos.
Utopia dos discursos; igualdade social.

Nova era novo êxodo, procissão de espatriados de futuro duvidoso,
e países "temerosos" de abrigar este povo.
Circular peça de couro, atado com fina tira, tapa o olho
bucaneiro dos países que furtaram,
dos povos que agora vagueiam,
todos os seus tesouros.

O maior desses tesouros
furtados por bucaneiros
não é ouro
nem dinheiro.

Jazem em águas estrangeiras...