Santa ignorância
O bocejo da morte,
Está na boca sem voz.
Na carne, no corte,
Na cicatriz dum passado feroz.
Está nos lábios covardes,
Acovardados pela agressão.
Está no coro que ainda arde,
Em novos ferros, num novo brasão.
Tivemos várias mortes,
E morremos cada uma delas.
Sobrevivemos por sermos fortes,
Por nos fazermos nas favelas.
Pela ignorância, em face de sorte,
Desse sistema que flagela.