Quando a vírgula e o ponto protestam pelos pobres
Belém 24 de março de 2016
Filha minha tu sabias que os livros dizem que os índios aqui viventes foram sangrados dos primeiros mandatários caravelas os nativos não entenderam nada o sossego acabou Filhinho meu tantos negros sequestrados de suas terras foram banto da Mãe África quanto sussurros de sequestrados Minha amiga peixes -boi foram deitados pra iluminar as praças tanto quanto onças grandes premiaram as paredes e agora só a lenda da imensa bicharada nos desenhos Meu amigo houve uma época em que as famílias riscaram as árvores madrugada porongada para as rodas do dinheiro sem trocado só graúdo do barão
PROTESTAI
PELOS POBRES PROTESTAI
PROTESTAI
DAI SENTIDO INDIGNADO
PROTESTAI
Ei vizinha tu escutou prosa antiga de seu avô quando o machado cortava o majestoso thátchátchá pra garantir um punhado de baião misturado com cinza Veio ele da secura de um chão e pra sua filha três ossinhos croccroccroc eram a boneca de seus sonhos do gado gordo do coronel ruminantes Mano velho quanta terra escorreu vermelha da gente que pedia paz e manso e pacífico lhe foi negado tinha um feitor que lhes negava atiçava cães de duas pernas Quantas moças almoçaram no cantinho da cozinha lhe acompanhavam os gatinhos que lambiam os seus pés no carinho que recebiam a esmola
PROTESTAI
PELOS POBRES PROTESTAI
PROTESTAI
DAI SENTIDO INCOMODADO
PROTESTAI
Da galera vejo índios massacrados a televisão esconde os revólveres de um chapéu de aba branca do racismo sua cor uma atriz farsante do Brasil namoradinha Jovens negros nas favelas interrompidos de suas ideias que possuem talvez fosse um ministro ou um cientista na compreensão do que é justo Caia a árvore castanheira de um fogo que podia alimentar a cutia e a senhora só a crosta lhe foi dote enquanto a cerca corria pressa vem um gueto Uma cruz ali na estrada empoeirada da estupidez dos homens Caim matando Abel em nome de um papel verde nenhum banco depôs
PROTESTAI
PELOS POBRES PROTESTAI
PROTESTAI
DAI SENTIDO REVOLTADO
PROTESTAI
No futuro falarão de nós que sem a vírgula passamos rápido por um mundo melhor de justiça sol descalços Por escolha
Pés descalços
PROTESTAI
PELOS POBRES PROTESTAI
PROTESTAI
PROTEGEI O OPRIMIDO
PROTESTAI
Belém 24 de março de 2016
Filha minha tu sabias que os livros dizem que os índios aqui viventes foram sangrados dos primeiros mandatários caravelas os nativos não entenderam nada o sossego acabou Filhinho meu tantos negros sequestrados de suas terras foram banto da Mãe África quanto sussurros de sequestrados Minha amiga peixes -boi foram deitados pra iluminar as praças tanto quanto onças grandes premiaram as paredes e agora só a lenda da imensa bicharada nos desenhos Meu amigo houve uma época em que as famílias riscaram as árvores madrugada porongada para as rodas do dinheiro sem trocado só graúdo do barão
PROTESTAI
PELOS POBRES PROTESTAI
PROTESTAI
DAI SENTIDO INDIGNADO
PROTESTAI
Ei vizinha tu escutou prosa antiga de seu avô quando o machado cortava o majestoso thátchátchá pra garantir um punhado de baião misturado com cinza Veio ele da secura de um chão e pra sua filha três ossinhos croccroccroc eram a boneca de seus sonhos do gado gordo do coronel ruminantes Mano velho quanta terra escorreu vermelha da gente que pedia paz e manso e pacífico lhe foi negado tinha um feitor que lhes negava atiçava cães de duas pernas Quantas moças almoçaram no cantinho da cozinha lhe acompanhavam os gatinhos que lambiam os seus pés no carinho que recebiam a esmola
PROTESTAI
PELOS POBRES PROTESTAI
PROTESTAI
DAI SENTIDO INCOMODADO
PROTESTAI
Da galera vejo índios massacrados a televisão esconde os revólveres de um chapéu de aba branca do racismo sua cor uma atriz farsante do Brasil namoradinha Jovens negros nas favelas interrompidos de suas ideias que possuem talvez fosse um ministro ou um cientista na compreensão do que é justo Caia a árvore castanheira de um fogo que podia alimentar a cutia e a senhora só a crosta lhe foi dote enquanto a cerca corria pressa vem um gueto Uma cruz ali na estrada empoeirada da estupidez dos homens Caim matando Abel em nome de um papel verde nenhum banco depôs
PROTESTAI
PELOS POBRES PROTESTAI
PROTESTAI
DAI SENTIDO REVOLTADO
PROTESTAI
No futuro falarão de nós que sem a vírgula passamos rápido por um mundo melhor de justiça sol descalços Por escolha
Pés descalços
PROTESTAI
PELOS POBRES PROTESTAI
PROTESTAI
PROTEGEI O OPRIMIDO
PROTESTAI