Desigualmente desiguais
Desigualmente desiguais
Somos tomados constantemente por inquietações e insatisfações
Será “vontade de poder” ou “abertura ao transcendente”?
O fato é que temos uma fenda que corrói
O que fazer diante dessa realidade?
Fingir que seja apenas uma ilusão psico-espiritual?
Esconder-se nas crenças e nos ativismos?
Fugir para caminhos que ignorem essas exigências?
O que passa é que somos desigualmente desiguais
Ou seria que somos igualmente desiguais?
Temos a mesma dignidade ontológica?
E porque somos diferentemente indiferentes
Ou acaso seriamos indiferentemente diferentes?
Iguais e porém diversos, que quer dizer?
Essa ferida não é a ciência que determina, mas a própria vida!
Mesma paridade de oportunidades?
Desde quando democracia é sinônimo de verdade?
Mas se já a natureza é diversificada
Temos os mesmos valores?
Em que se fundamenta essa perspectiva?
Cada um é desigual aos outros e a si mesmo
Somos loucos buscando resinificar as próprias desavenças
As certezas pairam nas frivolidades, pois a verdade é deste mundo
Tudo está em constante movimento, porque nada permanece
Resiste apenas a esperança e a agonia de querer algo, quando temos apenas o nada!