O TEATRO DA ALIENAÇÃO
Minha alma remói em desesperança,
Testemunha da podre mediocridade,
Presa num turbilhão de ignorância,
Cai triste, quase desistindo da felicidade.
Pelas ruas vagam seres alienados,
Imaginando-se arautos de uma época,
Com sorrisos falsos em seus lábios,
Não entendendo o que de fato os carregam.
Repetem frases feitas sem saber o que é fome,
Com a canga da manipulação como seu ópio,
Esquecem-se das crianças que quase não comem.
E nem percebem que estão abertas as portas do ódio.
Pobre sociedade de ideologias imundas,
Cegas pelas rédeas impetuosas dos poderosos,
Não veem que já estão em valas profundas,
Numa escuridão que cegam os seus olhos.