Vai, Zé!

Revia os desejos

que havia esquecido

na palidez da honra alheia.

Vai, Zé,

sê bravo e não hesites,

a misericórdia é geral,

a baderna é geral,

e não é por que falhas

em teus deveres de "cristão"

que o mundo vai cessar.

É cega!

Toda democracia.

Toda lei que quer verdade.

Toda verdade que necessita de lei.

Mas não desanimes, Zé.

Vai.

Vai, que dia de feira é todo dia

e antes do roubo há o charme das sacolas.

Revia os desejos de matar

a fome antes

de consumar os fatos...

Mais um Zé, sem eira nem beira,

marginal executado por amor à bandeira.

E um punhado de pão.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 08/02/2016
Reeditado em 11/02/2016
Código do texto: T5537668
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