Vai, Zé!
Revia os desejos
que havia esquecido
na palidez da honra alheia.
Vai, Zé,
sê bravo e não hesites,
a misericórdia é geral,
a baderna é geral,
e não é por que falhas
em teus deveres de "cristão"
que o mundo vai cessar.
É cega!
Toda democracia.
Toda lei que quer verdade.
Toda verdade que necessita de lei.
Mas não desanimes, Zé.
Vai.
Vai, que dia de feira é todo dia
e antes do roubo há o charme das sacolas.
Revia os desejos de matar
a fome antes
de consumar os fatos...
Mais um Zé, sem eira nem beira,
marginal executado por amor à bandeira.
E um punhado de pão.