Moral cívica
A rádio da periferia é condutora
A policia da população opressora
A tevê da família é aniquilação do valor
O violão é a arma do fingidor
As filas só correm pra trás
E o inverno é onipresente
O cinzento gosto do azar
Esse é continuo presente
Atores e utópicos
Lutam em depressão
Contra essa velha qualidade simbólica
Do poder na mão
Legítima defesa contra o redentor
Jesus Cristo que me ensinou
Andar por cantos e sombreados
Pra olhar o sol e não ser queimado
E cuspir no chão a sentença
De perder a licença e acontecer o lugar
Pegar na mão de Chico Buarque de Holanda
Ensaiar com Leminski na porta do altar
Matrimoniar Caetano, instruindo o nosso falar
Ouvir Drummond dizendo que o sentimento vai transbordar
Cecília no retrato se assombrar
Envoltos na carne fria da cultura popular