Um falso assobio
Papel de seda fino e transparente,
da tapioca, o grude fez-se cola.
Um assobio manso que consola
a saudade que dói dentro da gente.
A mãe recebe o pai de camisola,
enquanto o filho chora, ri e mente,
tentando desculpar, inutilmente,
cada nota vermelha da escola.
Um novo assobio chama o vento,
que não parece dar menor ouvido.
O pai olha pro filho dividido,
mas decide cumprir o juramento:
De castigo, moleque! De castigo,
até tirar as notas do vermelho.
A mãe, mais complacente, dá conselho:
filho ouve, meu filho, o que te digo.
Hoje o moleque (um homem de respeito)
ostenta um Portinari na parede,
bebe champanhe pra matar a sede
e empina suas pipas doutro jeito.
Dizem que o seu único defeito
é ter um Portinari na parede.
Papel de seda fino e transparente,
da tapioca, o grude fez-se cola.
Um assobio manso que consola
a saudade que dói dentro da gente.
A mãe recebe o pai de camisola,
enquanto o filho chora, ri e mente,
tentando desculpar, inutilmente,
cada nota vermelha da escola.
Um novo assobio chama o vento,
que não parece dar menor ouvido.
O pai olha pro filho dividido,
mas decide cumprir o juramento:
De castigo, moleque! De castigo,
até tirar as notas do vermelho.
A mãe, mais complacente, dá conselho:
filho ouve, meu filho, o que te digo.
Hoje o moleque (um homem de respeito)
ostenta um Portinari na parede,
bebe champanhe pra matar a sede
e empina suas pipas doutro jeito.
Dizem que o seu único defeito
é ter um Portinari na parede.