Os sons da cidade
Clareou, os olhos relutantes abriram
Espreguiçou, os músculos cansados latejam
Levantou, a boca cheirando a sono
Caminhou, o corpo acostumando com o chão plano
Os sons da cidade continuam apáticos
Futuros gravados em um computador
Lavou, o rosto molhado de água
Escovou, o hálito exalando hortelã
Banhou, o fado do sono foi
Secou, a higiene pessoal terminou
Os sons da cidade continuam apáticos
E o futuro bate de frente com o cansaço
Comeu, o pão quente e suculento
Bebeu, o café derramando lento
Assistiu, manchetes diárias da TV
Partiu, o suor do trabalho para comer
Os sons da cidade continuam apáticos
Doentes caminham sem escolhas
Perdeu, a mente estressada no trânsito
Manteu, o desânimo claro fez seu trabalho
Terminou, o espírito abatido e desgostoso
Voltou, as pernas pesadas empurrando ao leito
Os sons da cidade continuam apáticos
A produção bloqueia o pensar
Jantou, a fome roendo seu estômago
Deitou, a respiração fraca e entregue
Dormiu, a mente esconde preocupações
Sonhou, a memória não vai gravar
Os sons da cidade continuam apáticos
E amanhã será como ontem