FERVE A FÉ NO DESERTO.
A luta vem de longe, desde os confins do tempo.
Desde a criação há enfraquecimento das massas...
Só há manifestação quando o vento vira ventania.
Quando bate na barriga a opressão, a fome e o chicote.
Em pleno limiar do terceiro milênio o poder é podre...
O brasão expugnado tem cor de ódio, tem mercenário.
Não há demudação... Há destruição do piso ao cérebro.
O homem de alma velha, consciência robotizada, é pobre.
O poder é fraco, o sofrer enganado e o destino danificado.
Do sofrimento ao sacrificado há esperança.
A morte e a vida sangram as mesmas veias.
O homem cego de coração vive a um passo do nada.
Tem gente que só come o prato feito.
Não há mais guerreiros como os da caverna.
O homem vai a marte, a lua, mas, não tem paz.
Os céus têm muitas moradas e ferve a fé no deserto.