Trágico Cotidiano
A tragédia cotidiana
Se repete mais uma vez.
A mãe balança Alana
No brancor de sua tez.
Não vê que a fome que bradava
Levou-a como fera feroz.
Não vê que a menina que falava
Cessou o labor de sua voz.
Não vê que a tragédia da fome
É a mais voraz.
É ela quem tudo consome,
E que todo mal trás.
A fome é a tragédia do homem,
Tragédia de cor e sobrenome.
Um da Silva de cor,
De preto, já amarelo,
Pela fome que sem amor
Nos consome sem duelo.