Trágico Cotidiano

A tragédia cotidiana

Se repete mais uma vez.

A mãe balança Alana

No brancor de sua tez.

Não vê que a fome que bradava

Levou-a como fera feroz.

Não vê que a menina que falava

Cessou o labor de sua voz.

Não vê que a tragédia da fome

É a mais voraz.

É ela quem tudo consome,

E que todo mal trás.

A fome é a tragédia do homem,

Tragédia de cor e sobrenome.

Um da Silva de cor,

De preto, já amarelo,

Pela fome que sem amor

Nos consome sem duelo.

Alexandre Rodrigues de Lima
Enviado por Alexandre Rodrigues de Lima em 23/12/2015
Reeditado em 23/12/2015
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