O AMANHÃ DO MUNDO
O AMANHÃ DO MUNDO
autor: j.r.filho
Eu sou aquele que, como tantos outros,
Busca nas ideias um mundo, diferente,
Que seja de muitos e não só de poucos,
Sem fome, sem guerra, um mundo pra gente.
Isento, de taras, de ódios raciais.
Fecundo em amores, em cores iguais.
No peito, bem fundo, desejo esse mundo
Moderno, profundo, em termos gerais.
São, portanto, inúmeros os desconhecidos
Que tombam em combate, mas nunca vencidos,
Valentes, briosos, em nome dos povos
Dão a própria vida em favor dos novos.
Que importa morrer! Mais cedo ou mais tarde,
Se o canto da vida não contém “verdade”.
Armado da musa, da fraternidade,
Sucumbe o poeta cantando igualdade.
Já não restam brumas, o sol há de vir!
Pressinto reflexos no céu a luzir;
O curso da história não pode impedir
A metamorfose que leva ao porvir.
Extraída do meu livro: O Homem, o Tempo e a Poesia.
Poesia escrita para o Jornal O DALA (Diretório Acadêmico Landulfo Alves) Cruz das Almas, 1972. Período ditatorial.